Tipos de conhecimento:
Há três tipos de conhecimento:
->O conhecimento de como realizar uma actividade (saber - fazer, saber como)
->O conhecimento por contacto
->O conhecimento proposicional (saber que e por que – o que vamos estudar)
Ex: saber que Londres é a capital de Inglaterra
O conhecimento Proposicional
A Definição clássica de conhecimento conhecida por definição tripartida do conhecimento consiste no seguinte:
->O conhecimento distingue-se da mera crença
->O conhecimento distingue-se da crença verdadeira
->O conhecimento é crença verdadeira justificada
Assim, são três as condições necessárias para que haja conhecimento: que a proposição seja verdadeira, que alguém acredite que ela é verdadeira e que haja boas provas para acreditar na proposição.
Empirismo
Descartes. A mente está vazia antes de receber qualquer tipo de informação proveniente dos sentidos. Todo o conhecimento sobre as coisas, mesmo aquele em que se elabora leis universais, provém da experiência, por isso mesmo, só é válido dentro dos limites do observável.
Os empiristas reservam para a razão a função de uma mera organização de dados da experiência sensível, sendo as ideias ou conceitos da razão simples cópias ou combinações de dados provenientes da experiência.
Entre os filosófos que assumiram uma perspectiva empirista destacam-se John Locke (1632 -1704) e David. Hume (1711-1776).
a ) Locke afirma que o conhecimento começa do particular para o geral, da impressões sensoriais para a razão. O espírito humano é uma espécie de "tábua rasa" , onde se irão gravar as impressões provenientes do mundo exterior. Não há ideias nem princípios inatos. Nenhum ser humano por mais genial que seja é capaz de de construir ou inventar ideias, e nem sequer é capaz de destruir as que existem. As ideias, quer sejam provenientes das sensações, quer provenham da reflexão, têm sempre na experiência a sua origem. As ideias complexas não são mais do que combinações realizadas pelo entendimento de ideias simples formadas a partir da recepção dos dados empíricos. A experiência é não apenas a origem de todas as ideias, mas também o seu limite.
b) Hume rejeita, como Locke o inatismo carteseano. As ideias são o resultado de uma reflexão das impressões (sensações) recebidas das experiências sensíveis. A imaginação permite-nos associar ideias simples entre si para formar ideias complexas.
Exemplo de ideias simples decorrentes das impressões: vermelho, tomates, macio.
Exemplo da formação de ideias complexas a partir de ideias simples: os tomates são vermelhos e macios.
Qualquer ideia tem assim origem em impressões sensoriais. As impressões não nos dão a realidade, mas são a própria realidade. Por isso podemos dizer que as mesmas são verdadeiras ou falsas. As ideias só são verdadeiras se procederam de impressões. Neste sentido, todas aquelas que não correspondam a impressões sensíveis são falsas ou meras ficções, como é o caso das ideias de "substância espírito", "causalidade", pois não correspondem a algo que exista.
Tipos de Conhecimento segundo Hume
Distingue dois tipos de conhecimento:
1. Conhecimento resultante das relações entre ideias. Nesta categoria inclui a aritmética, a algebra e geometria. Estamos perante raciocínios demonstrativos, cujas conclusões são independentes da realidade e se apresentam como necessárias.
2. Conhecimento resultante da relação entre factos. Estes raciocínios são indutivos, logo apenas prováveis. Correspondem em geral a relações de causa-efeito.
A Questão da Causalidade
Introduz um dado novo nas teses empiristas quando afirma que a identidade entre a ordem das coisas e a ordem das ideias resulta de hábitos mentais ou na crença que existe uma ligação necessária entre os fenómenos. A ligação causal entre os fenómenos não é algo que possa ser observado. O que observamos é uma sucessão cronológica de fenómenos, em que uns são anteriores a outros.
Esta sucessão leva-nos a concluir que o acontecimento A foi causado pelo acontecimento B, mas o que efectivamente observamos foi que o primeiro se seguiu ao segundo. Não observámos a relação causal entre os fenómenos. A ligação que estabelecemos, segundo Hume, resulta de um hábito.
Acreditamos que a natureza é regida por leis invariáveis de causa-efeito, mas tal não passa de uma ilusão. Embora no passado uma dada sucessão de acontecimentos se possa ter verificado, nada nos garante que no futuro tal venha a acontecer. Apesar disso continuamos a afirmá-lo como se fosse uma certeza absoluta. O nosso conhecimento está alicerçado em crenças. Os fundamentos da ciência são deste modo de natureza psicológica.
Cepticismo
Hume acaba por cair numa posição céptica sobre o conhecimento.Estamos limitados pela experiência, e por consequência tudo aquilo que não possa ser observado, não existe. O conhecimento da natureza deve fundar-se exclusivamente em impressões que dela temos. Desta premissa decorre o seu cepticismo: o homem não pode conhecer ou saber nada do universo. Só conhece as suas próprias impressões ou ideias e as relações que estabelece entre elas por hábito. Tudo o que o homem sabe, por discurso racional, acerca do universo se deve única e exclusivamente à crença, que é um sentimento não racional. A razão está limitada no seu poder.
Questiona o princípio da causalidade em que se baseiam as ciências da natureza, pois não passa de uma crença.Questiona também os fundamentos lógicos da indução, ao afirmar que pelo facto de algo ter acontecido muitas vezes no passado, não significa que venha a acontecer no futuro. O futuro não existe e como tal não é do domínio do conhecimento.